Referência:
LEFFA,
Vilson J. Se mudo o mundo muda: ensino de línguas sob a perspectiva do
emergentismo. In: Calidoscópio.
Unisinos pp. 24-29.
Disponível
em:<http://www.leffa.pro.br/textos/trabalhos/leffa_emergentismo.pdf> Acesso em: 22 de Abril de 2012.
Em
seu artigo, Se mudo o mundo muda: ensino
de línguas sob a perspectiva do emergentismo, Vilson J. Leffa convida à reflexão do ensino de língua
estrangeira através de seu entendimento como um sistema complexo, e argumenta
que somente após a compreensão do ensino como tal sistema, é possível entender
o emergentismo, que é uma maneira de tentar explicar como esses sistemas se
desenvolvem.
De
acordo com o autor, o ensino de línguas vem sendo prejudicado devido à crença
de que não há necessidade de interação entre todos os sistemas que compõe a
língua, tais como o semântico, pragmático, fonológico, morfológico, sintático e
até mesmo o discursivo. Segundo Leffa, o ensino em sala de aula deve levar em
consideração a interação com o mundo externo, assim como a interação que existe
entre alunos, professores. Através dessa concepção é possível que haja uma
troca de informações, ou no caso da sala de aula, é possível que o objetivo
seja atingido, que é o compartilhamento do saber do professor para o aluno.
O
emergentismo, de acordo com Leffa, relaciona-se com o mundo de forma direta,
uma vez que leva em conta tudo que está emergendo e que pode servir de auxílio
ou não na hora da aprendizagem de uma segunda língua. Leffa é bastante crítico
ao citar que, atualmente, os professores de L2 precisam estar cientes do que
seus alunos estão em contato, já que também aprendem através da Internet, redes
sociais, Mp4 etc.
Acredito
que o artigo apresentado por Leffa tem grande valor para todos os professores e
futuros professores de L2. No entanto, não se pode deixar de lado o
questionamento a respeito de como o professor atingirá esse nível proposto no
artigo. Sabe-se que um professor, com 40h de carga horária, no Brasil, não é
exatamente o que podemos chamar de “bem remunerado”, soma-se, então, o tempo
extra-classe que esse professor já disponibiliza (sem nenhuma remuneração)
para, por exemplo, corrigir provas. Pergunto-me, portanto, se realmente é
possível que alguém com tempo livre mínimo para manter - se atualizado até
mesmo a respeito dos conteúdos que deve lecionar, será capaz de acompanhar o
que está a sua volta, instruir-se sobre o que está acontecendo, e ainda assim,
buscar maneiras de aproveitar isso em sala de aula. Não seria um pouco utópico
crer que um professor conseguiria aplicar tudo que compõe o complexo sistema do
ensino de L2 no curto período de tempo disponibilizado para sua aula? Fica o
questionamento.
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