terça-feira, 24 de abril de 2012

Resenha - Larissa Neves


Referência:
LEFFA, Vilson J. Se mudo o mundo muda: ensino de línguas sob a perspectiva do emergentismo. In: Calidoscópio. Unisinos pp. 24-29.
Disponível em:<http://www.leffa.pro.br/textos/trabalhos/leffa_emergentismo.pdf> Acesso em: 22 de Abril de 2012.


            Em seu artigo, Se mudo o mundo muda: ensino de línguas sob a perspectiva do emergentismo, Vilson J. Leffa convida à reflexão do ensino de língua estrangeira através de seu entendimento como um sistema complexo, e argumenta que somente após a compreensão do ensino como tal sistema, é possível entender o emergentismo, que é uma maneira de tentar explicar como esses sistemas se desenvolvem.
            De acordo com o autor, o ensino de línguas vem sendo prejudicado devido à crença de que não há necessidade de interação entre todos os sistemas que compõe a língua, tais como o semântico, pragmático, fonológico, morfológico, sintático e até mesmo o discursivo. Segundo Leffa, o ensino em sala de aula deve levar em consideração a interação com o mundo externo, assim como a interação que existe entre alunos, professores. Através dessa concepção é possível que haja uma troca de informações, ou no caso da sala de aula, é possível que o objetivo seja atingido, que é o compartilhamento do saber do professor para o aluno.
            O emergentismo, de acordo com Leffa, relaciona-se com o mundo de forma direta, uma vez que leva em conta tudo que está emergendo e que pode servir de auxílio ou não na hora da aprendizagem de uma segunda língua. Leffa é bastante crítico ao citar que, atualmente, os professores de L2 precisam estar cientes do que seus alunos estão em contato, já que também aprendem através da Internet, redes sociais, Mp4 etc.
            Acredito que o artigo apresentado por Leffa tem grande valor para todos os professores e futuros professores de L2. No entanto, não se pode deixar de lado o questionamento a respeito de como o professor atingirá esse nível proposto no artigo. Sabe-se que um professor, com 40h de carga horária, no Brasil, não é exatamente o que podemos chamar de “bem remunerado”, soma-se, então, o tempo extra-classe que esse professor já disponibiliza (sem nenhuma remuneração) para, por exemplo, corrigir provas. Pergunto-me, portanto, se realmente é possível que alguém com tempo livre mínimo para manter - se atualizado até mesmo a respeito dos conteúdos que deve lecionar, será capaz de acompanhar o que está a sua volta, instruir-se sobre o que está acontecendo, e ainda assim, buscar maneiras de aproveitar isso em sala de aula. Não seria um pouco utópico crer que um professor conseguiria aplicar tudo que compõe o complexo sistema do ensino de L2 no curto período de tempo disponibilizado para sua aula? Fica o questionamento.

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