LEFFA,
Vilson J. Se mudo o mundo muda: o ensino de línguas sob a perspectiva do emergentismo.
In: Calidoscópio. Unisinos, 2009. p.
24-29.
Segundo o autor, Vilson J. Leffa,
o objetivo do texto é mostrar que a percepção do ensino de línguas como um
sistema complexo pode facilitar o trabalho do professor na sala de aula, o que
realmente é apresentado e exemplificado ao longo do texto relacionando ainda a
perspectiva emergentista que contribui muito para tal.
A ideia dos sistemas emergentes
tem despertado muito interesse na área de aquisição de LI, apesar de ser uma
perspectiva relativamente recente. E além de privilegiar as perspectivas das
áreas de Psicolinguística e aquisição, o texto também remete ao trabalho do
professor em sala de aula.
Introduzindo agora, o significado do termo "Emergentismo", o autor o define como uma tentativa de explicar de que
maneira um sistema complexo se desenvolve. Por consequência, para entender o
que é emergentismo, é preciso entender o conceito de sistema complexo. E sobre
os sistemas complexos o autor dá seu conceito: que são sistemas abertos tanto a
condições externas que acompanham durante sua evolução quanto às condições iniciais
que os fizeram emergir. Alguns exemplos “fora do contexto educacional” de
sistemas complexos são: o clima, o trânsito de uma cidade e, a aprendizagem de
uma língua estrangeira ou da própria aprendizagem
onde o aluno pode ser visto como um sistema aberto é vulnerável as condições
internas aonde atua o professor. Por serem sistemas compostos de partes que
interagem entre si e que evoluem num determinado período de tempo, pode se
dizer que são sistemas complexos e dinâmicos. O ensino de língua estrangeira
pode ser visto como um sistema complexo já a partir da sala de aula, pois
envolve pessoas interagindo entre si através de objetos culturais consagrados
pela tradição escolar, com divisão de responsabilidades e com normas de conduta.
Já na abordagem da sala de aula, esta não pode ser vista como um sistema fechado e impermeável ao que
acontece do lado de fora, ao contrário, é um sistema aberto e vulnerável as
influências do mundo externo (a que tanto tenta evitar) pela própria tradição
de ter aulas em uma “sala de aula” eu diria, já que poderiam ser explorados
outros lugares para lecionar, como “aulas no pátio”, por exemplo. Além do mais,
as notícias e o próprio cotidiano precisam estar ligados ao contexto sala de
aula ou escolar, é impossível não interagir com este. Como o autor cita: “tudo
está relacionado”. Assim o sistema deixa de ser estático e passa a ser
dinâmico, pois a sala de aula também se transforma sucessivamente a partir de
cada aula, são essas relações interligadas que tornam a aprendizagem possível.
Emergentismo: o efeito cascata – O autor também traz em seu texto a dificuldade que previamente já
se havia de explicar a aprendizagem de L2 dentro de um contexto em que a
aprendizagem resumia-se ao uso da lousa/quadro negro e do livro didático, coisa
que hoje é multiplicada devido aos inúmeros artefatos digitais ou não que se
tem à disposição. E é esse ensino de línguas sob a perspectiva da complexidade
que traz novas exigências ao professor, mas também outras possibilidades de
ensino.
Após trazer diversos exemplos
sobre os sistemas no ensino de língua, a potencialidade de certas abordagens e
divagações sobre as condições para tal, o autor finaliza seu texto afirmando
que é exatamente a possibilidade de mudança (pelos elementos externos) que
desperta no professor o interesse pelos sistemas complexos e o esforço para
fazer com que estes funcionem.
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