domingo, 6 de maio de 2012

Resenha 1 - João Pedro

Resenha do artigo "Se mudo o mundo muda: ensino de línguas sob a perspectiva do emergentismo", de Vilson J. Leffa
Por: João Pedro Wizniewsky Amaral


O breve artigo de 5 páginas "Se mudo o mundo muda: ensino de línguas sob a perspectiva do emergentismo" foi escrito pelo professor adjunto da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) Vilson José Leffa para a revista Caleidoscópio, em 2007. Nesse trabalho, Leffa, que é PhD em Linguística Aplicada, aborda o ensino de Língua Estrangeira como um sistema complexo e emergente, e de que modo o entendimento deste conceito pode auxiliar o trabalho do professor em seu ofício.



Para introduzir essa ideia, Leffa primeiramente traz os conceitos de sistemas complexos e sistemas emergentes detalhadamente. O sistema complexo é aquele que todas as variantes e participantes interagem-se (e não somam-se) umas com as outras. No caso deste arigo, o sistema complexo em evidência é o ensino de Língua Estrangeira, com seus participantes (professores e alunos) e variantes (materiais didáticos, espaço físico, lousa, etc.) Ainda, o sistema complexo possui uma capacidade de transpor não só as fronteiras do próprio sistema, no sentido horizontal, mas também de alcançar os sistemas que habitam em outras camadas, no sentido vertical". Após discorrer sobre os sistemas complexos, o autor agrega a qualidade de emergentismo a eles. Isso quer dizer um sistema que está surgindo, mas não surge do nada. O emergentismo é a evolução de um outro sistema.
Outro conceito chave do presente artigo é o ato de mudar. Toda a explicação de sistemas e reformas no ensino de LE tem como motivo a mudança. O aluno deve ser tocado pelo professor, o que pode acontecer em diversas áreas, como Música, Literatura ou problemas cotidianos. Quando houver esse toque, o aluno passará por uma mudança, que acarretará um efeito cachoeira, e, consequentemente, a sociedade irá melhorar. Mas para que tudo isso ocorra, na sociade atual, é necessário um tipo maior de mudança no próprio sistema. Uma alterção metodológica, simbólica, didática, sociológica em todo o sistema. E o principal personagem dessa transformação é o professor, tanto como objeto de mudança como difusor delas. Complementando essa ideia, a contextualização do ensino de LE é trazida, junto com algumas preocupações e novas exigências que a sociedade atual traz à essa problemática. O autor defende que o professor também deve sofrer uma mudança, e estar atento ao contexto em que está inserido. Assim, o professor terá mais chances de alcançar os alunos para ser efetivo nos seus deveres.
Mas não obstante os bons artifícios que o autor utilizaa para explicar os conceitos apresentados no artigo, como analogias e comparações, tornam-se também um ponto fraco nesse trabalho. As analogias em demasia (clima, trânsito, relógio, formigueiro...) reduz a consistência argumentativa do texto. Parece que o argumento mais forte usado pelo autor para apresentar o que é um sistema complexo é a própria figura de linguagem. Faltaram conceitos de substância.
Leffa também foi vago ao falar das implicações pragmáticas do emergentismo de ser professor. O autor diz que o sonho do professor " produzir a faísca que faz o aluno explodir, usando sua própria energia", mas não há soluções nem sugestões de como pode-se usar esse sistema complexo de uma melhor forma. O artigo diz o que é preciso fazer, mas não como se faz.
Contudo, apesar dessas críticas, o texto é leve e de fácil entendimento. Uma leitura introdutória recomendada para alunos de licenciatura em Língua Inglesa.

Referência
LEFFA, Vilson J. Se mudo o mundo muda: o ensino de línguas sob a perspectiva do emergentismo. In: Calidoscópio. Unisinos, 2009. pp 24-29.

resenha 2 - alessandra moraes


Resenha 2
Aspectos políticos da formação do professor de línguas estrangeiras

Por Alessandra Moraes
LEFFA, V. J. Aspectos políticos da formação do professor de línguas estrangeiras. In: LEFFA, Vilson J. (Org.). O professor de línguas estrangeiras; construindo a profissão. Pelotas, 2001, v. 1, p. 333-355.

No texto “Aspectos políticos da formação do professor de línguas estrangeiras”, escrito por Vilson J. Leffa, o autor pretende discutir sobre a formação do professor de línguas estrangeiras, partindo de questões políticas que influenciam no perfil desejado de professor reflexivo, crítico e comprometido com a educação. Tendo em vista que este lida com duas características exclusivas do ser humano: a capacidade da fala e a capacidade de evolução.
O autor esclarece que há diferenças entre treinamento e formação de professores, sendo que o primeiro se dá pela necessidade de treinar em curto prazo o professor para que utilize um determinado material didático, geralmente ocorre em cursos de idiomas, então é oferecido um curso com início, meio e fim sem se aprofundar em questões teóricas, no entanto a formação, ofertada por instituições públicas ou privadas de ensino superior,  é um processo contínuo que busca a reflexão e o motivo por que uma ação é feita da maneira que é feita aprofundando-se em questões teóricas. O professor que é treinado fará um novo curso para dar conta do novo material que será utilizado, porém o professor formado deve estar em constante atualização.
Ao fazer uma retrospectiva sobre a política, o autor coloca que ela se deu com o surgimento da cidade devido à convivência entre os homens. No início, ela era totalmente participativa e as pessoas interessadas se reuniam para formular as regras que orientavam as normas de convivência a serem seguidas e, com o tempo, o crescimento das cidades e a complexidade das relações entre as pessoas surgia a representação, onde as pessoas escolhiam alguém para defender seus direitos, tal como temos hoje a democracia. Concordo com o autor quando ele coloca que com o avanço das tecnologias é possível que voltemos à cidadania participativa, mas, acredito que isso está longe de acontecer ,pois, os meios de comunicação estão sendo utilizados pela maioria apenas para entretenimento e interesses individuais ao invés de buscar conhecimento para conseguir participar efetivamente  da política, tendo consciência dos problemas de interesse coletivo e buscando soluções. Essa consciência por parte das pessoas algumas vezes encontra como empecilho o tempo, ou melhor,  a falta dele para exercer a política que inclui a reflexão e ação.
 A LDB( Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) regulamenta questões sobre a formação dos professores e segundo Leffa é bem aceita entre os pesquisadores, sem encontrar críticas à legislação o que encontrou foram críticas à implementação da lei pois o conceito de qualidade do ensino não está condizendo com os elogios à lei. É nesse ponto em que os professores devem se mobilizar, pois através das associações podem dar continuidade à sua formação uma vez que elas promovem a interação entre seus associados pela troca de experiências em eventos e ainda podem contribuir para projetos políticos na área da educação junto às autoridades educacionais.
As questões da multinacionalidade podem também afetar a formação do professor de línguas, como no caso do inglês que é uma língua multinacional, pois como é falada mundialmente por mais falantes não-nativos do que nativos tornou-se sem identidade, não está atrelada à uma única cultura. Isso, acredito pode trazer o aspecto positivo de que possibilita o desenvolvimento da  consciência crítica do aluno e a integração no mundo. O professor deve ter consciência e destacar estes aspectos de língua estrangeira multinacional, além dos aspectos não tão positivos seriam a motivação instrumental e obrigatoriedade da aprendizagem pelo mercado de trabalho. Pude perceber em meu estágio de observação que entre outros fatores esses dois últimos aspectos citados contribuem para uma falha no processo ensino-aprendizagem dos alunos de sexta série  que observo, pois através de um questionário constatei que eles ( na maioria)querem aprender inglês porque é “importante para o futuro”, “ para conseguir um emprego” e serve para “viajar e conhecer vários lugares”.
Para que o ensino de uma língua multinacional provoque uma aprendizagem efetiva e o professor cumpra o seu perfil  o autor argumenta que é preciso de um novo paradigma de ensino de línguas,  portanto é necessário mudar as prioridades no ensino da língua estrangeira, tendo o inglês como exemplo, ele sugere: ensinar a variedade local da língua multinacional, ensinar a língua multinacional para produção e para objetivos específicos. Conclui-se , portanto que a formação do professor é algo complexo na qual envolve o domínio de diferentes áreas do conhecimento, aspectos acadêmicos e políticos e não termina na graduação. Toda essa discussão contribui muito para que os professores sempre em formação reflitam sobre o seu papel formador na sociedade e não fuja do perfil desejado de ser reflexivo, crítico e comprometido com a educação levando o conhecimento aliado ao pensamento crítico para os alunos.

resenha 1- alessandra moraes


Resenha 1
Se mudo o mundo muda: o ensino de línguas sob a perspectiva do emergentismo
Por Alessandra Moraes

LEFFA, Vilson J. Se mudo o mundo muda: o ensino de línguas sob a perspectiva do emergentismo. In: Calidoscópio. Unisinos, 2009. pp 24-29. 

O artigo “Se mudo o mundo muda: o ensino de línguas sob a perspectiva do emergentismo” , escrito por Vilson J. Leffa , professor da Universidade Católica de Pelotas e pesquisador na área de linguística aplicada, busca refletir sobre o trabalho do professor na sala de aula em relação ao ensino de língua, para isso o autor traz  o conceito de sistemas complexos, o emergentismo e suas implicações no ensino de línguas.
Para o autor, historicamente o ensino de língua estrangeira tem sido visto como se fosse um sistema simples e estático e isso é um equivoco, pois, um sistema não é apenas feito de elementos que o compõem; um sistema é feito de outros sistemas afirma o autor. Entender que a língua  é apenas um conjunto de sistemas que não se relacionam entre si resulta na percepção de que a aprendizagem seria o domínio ou o conhecimento destes sistemas. E isso pode parecer se tratar de um sistema complexo, mas não é, pois, o que o caracteriza é a interação  entre os sistemas. Por exemplo, quando um professor de línguas apresenta aos alunos a conjugação de um verbo no presente em frases isoladas, ele trata do sistema morfológico e sintático (forma afirmativa,negativa e interrogativa) de forma isolada e o erro maior , ao meu ver , é desconsiderar os outros sistemas da língua e suas relações , tais como o contexto em que tal frase seria dita, qual a função dela , o sentido que ela provoca dependendo da entonação, e assim por diante ocasionando uma falha e talvez a não aprendizagem.
Portanto, a constante interação entre os elementos de um mesmo sistema e entre um sistema e outro é o que caracteriza um sistema complexo como algo mutável e dinâmico e podemos ver isso a partir da sala de aula que é um sistema com elementos que se relacionam entre si (professor,alunos, material didático) e ainda se relacionam com elementos de outros sistemas inclusive sendo influenciada por elementos externos (como notícias veiculadas pela mídia, acontecimentos na comunidade,etc.) tornando-a também um sistema aberto e toda essa interação é o que proporciona a aprendizagem.
A partir desta perspectiva de complexidade sob o ensino de língua estrangeira e a incapacidade do enfoque reducionista de explicar o porquê a aprendizagem é um fenômeno complexo é que surge o interesse pelos sistemas emergentes. Estes são por sua vez sistemas complexos que são criados a partir de condições iniciais para atingir um determinado objetivo e deixa de existir depois do objetivo ser alcançado. O professor deve considerar que para uma efetiva aprendizagem há vários elementos interagindo, ou seja, o professor não pode mais pensar o aluno como alguém que deve absorver tudo o que ele diz e que não receberá influências externas tais como as novas tecnologias, mas infelizmente essa é ainda a nossa realidade das escolas públicas brasileiras. E talvez por essa mesma razão e entre outros elementos ( a formação baseada na aprendizagem como sistema simples, a desvalorização do papel social , a desvalorização do profissional pelo estado, comodismo, etc.) é que o professor ainda pense que o que é ensinado deve ser aprendido ,sem considerar outros elementos pois o sistema complexo enquanto sistema aberto fica vulnerável à fatores que ele não pode controlar e não poderá prever o resultado da sua prática. Com isso o autor visa provocar uma reflexão por parte do professor na sua prática, precisa aprender a conviver com a incerteza, mas há um lado positivo nesta situação, pois, a aprendizagem enquanto sistema aberto dá a oportunidade de ser influenciada pelo professor que tem de estar atento aos elementos que deverá interagir , e criando condições inicias irá contribuir para a emergência de um novo sistema.
Leffa cita como exemplo o planejamento do plano de curso  ou o cronograma que geralmente é apresentado na primeira aula onde as condições iniciais possam ser definidas , mas acredito que se o professor não tem um plano elaborado , qualquer aula é uma boa oportunidade para começarmos a criar as condições iniciais. Toda essa discussão é válida para que seja alimentada a ideia de que no processo de ensino-apredizagem tudo está interligado e se a prática docente aos moldes tradicionais vem mostrando que professor e aluno estão cada vez mais distantes e a aprendizagem comprometida, está na hora de o professor rever os seus conceitos e tentar através de intervenções nos elementos certos provocar mudanças no ensino de línguas e na educação brasileira.

Resenha 2 - Bárbara Krabbe


LEFFA, V. J. Aspectos políticos da formação do professor de línguas
estrangeiras. In: LEFFA, Vilson J. (Org.). O professor de línguas
estrangeiras; construindo a profissão. Pelotas, 2001, v. 1, p. 333-355.

Vilson Leffa aborda, com este artigo, o perfil que deve ser exigido dos professores de Língua Estrangeira (LE). De acordo com o autor, algumas características importantes são que os professores devem ser reflexivos, críticos e comprometidos com a educação. Acredito que estas características sejam realmente necessárias para um professor de LE, pois um lingüista deve ter sempre um bom olhar crítico diante dos fatos. Para ser uma pessoa crítica, automaticamente deve-se se ter refletividade diante das críticas. E obviamente, este professor deve um comprometimento com a educação, pois o ensinamento dos conteúdos irá depender dele. Assim como muitos alunos dependerão deste professor para ter a possibilidade de aprender.
O assunto é introduzido com duas características do ser humano; que são a capacidade da fala e de evoluir, mudar a si mesmo, mudar o mundo e a percepção de tudo ao seu redor. O professor acaba estimulando os alunos a transformar e se expressar. Por exemplo, o professor de LE promove mais uma forma de expressão, a segunda língua, além da língua mãe.
É muito importante o professor ter domínio não só da sua área, mas de várias outras áreas de conhecimento. Principalmente na área das diferentes culturas, pois linguagem é cultura e um ensinamento com qualidade deve envolver o conhecimento dela. O professor deve procurar não apenas se fechar no “mundinho” da sala de aula, mas sim deve procurar tornar a aula mais aberta o possível, estipulando comunicação com o mundo exterior e novas idéias.
De acordo com Leffa, é importante que na formação do professor haja uma fusão do conhecimento recebido com o conhecimento experimental e após uma reflexão. Isto torna a formação um processo contínuo. Significa que é necessário além do processo teórico também é necessário o processo prático, e também fazer uma relação dos dois processos.
Como o inglês é uma língua multinacional (falada em vários países), muitas pessoas procuram aprender esta língua não por gosto pessoal, mas por necessidade de comunicação com o exterior e para obter vantagens no mercado de trabalho. Para isto o professor deve ter um certo domínio de como ensinar esta língua de maneira correta. A língua estrangeira para produção: os alunos devem ser capacitados a falar e escrever claramente a língua escolhida, não só de receber informações. LE para objetivos específicos: dar ênfase na área que o aluno busca, sendo na área de comércio exterior (dar ênfase à cultura), ou linguagem técnica (procurar focar na área técnica).
Concluindo, a formação de professores de LE é extremamente complexa, envolvendo aspectos políticos e acadêmicos. E se trata muito mais do que apenas uma graduação. O professor terá um longo caminho de aprendizagem pela frente após pegar o diploma. Pois só a prática fará com que o professor comece a ter uma visão mais crítica e reflexiva sobre o ensino-aprendizagem. O professor deve procurar ser capaz de criar uma nova língua na mente do aluno e incentivar o aluno a se expressar, para que ele não seja apenas um receptor de informações. 

Resenha


LEFFA, V. J. Aspectos políticos da formação do professor de línguas estrangeiras. In: LEFFA, Vilson J. (org.). O professor de línguas estrangeiras; construindo a profissão. Pelotas: Educat, 2001.

RESENHA

Victor Milani

Leffa traz em seu artigo aspectos da condição humana que o professor de língua estrangeira deve considerar em seu processo de ensino. Uma vez que o homem pensa e evolui, o processo de ensino também deve ser pensado e repensado várias vezes para que haja uma evolução, como já sabemos isso deve fazer parte da rotina de um professor de língua inglesa, pois os seus pensamentos podem funcionar de uma maneira para uma determinada turma e para outra os resultados serão completamente diferentes.
Tocaremos nossos alunos em sua essência humana através de outra essência humana social: a língua. Devemos atuar refletivamente e criticamente sendo assim comprometidos com a educação.
O professor deve ser uma profissional competente na língua e na sua metodologia de ensino, sempre relembrando os fatores que porventura afetarão a sala de aula, a língua que ensinamos e também o nosso próprio trabalho. Tais fatores são políticos, econômicos e sociais, alguns internos à sala de aula e podemos de alguma maneira controlá-los e outros externos à sala e fora de nosso controle.
Devemos manter em mente e não confundirmos os conceitos de formação e treinamento. O professor despreocupado de fundamentação teórica é aquele profissional mecanizado e reprodutor de técnicas, aí temos o professor treinado, observamos isso diariamente na maioria das franquias de ensino de língua inglesa onde o professor deve vencer com a turma um úmero X de lições por aula sem se preocupar, na maioria das vezes com a individualidade daqueles seres complexos que estão a nossa frente.
O professor formado tem uma preparação complexa, pois funde o conhecimento que recebe com a reflexão realizada através de observações feitas e comparando-as com o seu conhecimento e experiência prévia de ensino. A formação é a preparação para o futuro. O profissional formado estará sempre preocupado com os porquês da maneira de ensinar. O professor treinado chegará a um ponde onde pode ser considerado pronto, o professor formado, por sua vez, estará sempre se renovando e refletindo sobre o ensino dentro de um mundo em constante mutação. O conhecimento de hoje não é eterno, o professor formado estará sempre atualizado, ao contrário do treinado que permanecerá estático. A importância da formação continuada é bastante ressaltada por Leffa, pois a verdadeira formação é um processo que durará anos a fio, a universidade dá aos estudantes de Letras um pontapé inicial para desenvolver o interesse na procura de mecanismos para estarmos sempre nos melhorando linguística e metodologicamente.
As associações de professores entram com um papel fundamental do diálogo, ou seja, da troca de experiências entre colegas da mesma área. Além disso, é da responsabilidade das associações promover oportunidades para a educação continuada, intervindo nas escolas, tornando o conhecimento gerado através de pesquisas acessível aos professores e até mesmo lutando e buscando um espaço cada vez maior de discussões e negociações com os órgãos governamentais.
A questão da língua inglesa como uma língua global vem muito bem trabalhada e listada no artigo, justificando a sua importância através de vários fatos sociais atuais e recorrentes. Devemos estar atentos aos motivos que levarão nossos alunos a escolher a língua inglesa como fonte de estudo, devido à questão multinacional do inglês, muitos alunos estudarão apenas por questões mais funcionais e trabalhistas do que questões de gostos pessoais.
A indissociabilidade entre língua e cultura é desafiada por Leffa no instante em que ele traz o inglês como uma língua que perdeu a sua identidade. Podemos nos interessar por inglês sem estarmos interessadas em um país e uma cultura específica, o que não aconteceria com pessoas interessadas em aprender japonês por exemplo. O inglês hoje pode estar atrelado a várias culturas.
Como professores pensantes, teremos que adaptar o inglês ao interesse de cada aluno. Devemos pensar na variedade brasileira da língua inglesa e ensinarmos dentro do contexto social brasileiro para funcionalidade que nossos alunos, de todas as classes sociais possam achar útil e interessante, pois o inglês, uma língua estrangeira estará fazendo parte da sua cultura dentro do seu contexto. A ilusão do falante estrangeiro perfeito, com um modelo a aspirar, desejando um sotaque perfeito cai por terra aqui no nosso pensamento crítico de professores educadores formadores de opinião. 

LEFFA, V. J. Aspectos políticos da formação do professor de línguas estrangeiras. In: LEFFA, Vilson J. (Org.).O professor de línguas estrangeiras; construindo a profissão. Pelotas, 2001, v. 1, p. 333-355.

Aspectos políticos da formação do professor de línguas estrangeiras.

Em seu artigo denominado Aspectos políticos da formação do professor de línguas estrangeiras o professor e pesquisador Vilson J. Leffa nos apresenta algumas questões relacionadas aos fatores que determinam o perfil do profissional encarregado de ensinar uma língua estrangeira. Dividindo seu trabalho em cinco seções, ele faz uma análise desde a formação do professor até a prática de ensino da língua.
O que se espera durante a formação de professores de língua estrangeira é um profissional que construa um pensamento reflexivo, crítico e comprometido a ensinar. No entanto, durante a sua formação, além das características recém citadas, espera-se um profissional que saiba lidar com diferentes áreas de conhecimento, que possua conhecimento das práticas pedagógicas que ele venha a ensinar em sala de aula e por fim, mas não menos importante, o domínio da língua estrangeira.
Além das características acima citadas, o perfil do professor de línguas vem a ser afetado por três importantes fatores: primeiramente por suas ações tomadas fora do ambiente acadêmico e que de alguma forma vá afetar o seu trabalho; seguido das leis de diretrizes governamentais que vem a apresentar as regras ou orientações que devem ser seguidas pela escola/professores e por fim, a sua participação em associações de professores.
Na seção que Leffa denomina O grande Desafio, um problema vem à tona quanto à preparação do profissional de língua estrangeira: o treinamento em oposição à formação. Parafraseando Leffa, entende-se por treinamento a tarefa de produzir resultados imediatos, dominar e reproduzir mecanicamente determinado conhecimento tendo, portanto, um começo, um meio e um fim.
Já a formação exige um nível de complexidade mais elevado quando comparado com o treinamento. De acordo com o autor, a formação preocupa-se com os motivos pelos quais uma ação/atividade é elaborada da maneira que é além de ser classificada como uma atividade contínua.
Ao problematizar que os conteúdos que o futuro professore de hoje está recebendo atualmente um conteúdo de valor temporário (conhecimento) e que este um dia terá sua validade vencida, tal conselho serve, e muito, para a maioria dos professores universitários, que vem utilizando os mesmos materiais, as mesmas abordagens e métodos do século passado! Um exemplo de professor seria aquele que está sempre atualizado (não somente com doutorado, pós-doutorado, etc.), mas que saiba que as gerações mudam com o passar dos anos.
Na seção Representação e Participação, podemos inferir que o autor nos dá a ideia de que não somos isolados do mundo e que precisamos trabalhar em equipe, pois “viver, portanto, é conviver” (LEFFA, 2008, p. 5). Entretanto, ainda há uma tradição liberal que afirma que “o ser humano estaria mais interessado na proteção de seus interesses individuais do que no bem da coletividade” (LEFFA, 2008, p. 6)
Em A legislação Vigente, seção que Leffa se dedica à análise da política lingüística, uma leitura é feita abre a LDB, onde são apontados seus aspectos tanto positivos, quanto negativos. Quanto aos positivos, há a presença da comunidade nas decisões escolares, o ensino de línguas estrangeiras visto como obrigatório, entre outros.
Quanto aos negativos, alerta é dado ao argumentar que as universidades não tem sido capazes de formar a quantidade necessária de professores que a comunidade necessita. Além disso, uma das grandes decepções dos alunos de Letras também é exposto: “achar que o profissional de letras possa ser formado nos bancos da universidade é uma ilusão” (LEFFA, 2008, p.8).
Ao abordar o papel das associações de professores, fica clara a intenção do autor de manter o professor que sai da universidade continuar seu processo de formação profissional, agora, sobre a forma de um intercâmbio de informações entre professores, como também influenciá-lo a participar de eventos. O que não deve ocorrer é uma “museificação” de um profissional que tem o objetivo de transmitir o conhecimento a atual e futura geração.
Talvez a seção que mais venha a interessar para quem ainda está na universidade, em questões de multinacionalidade, a grande questão de estudar uma língua por amor ou obrigação é posta em evidência. Ao problematizar que o inglês não apresenta apenas uma cultura (a americana ou inglesa), ele nos incentiva a ensinar aos nossos alunos, inglês-brasileiro, ou seja, ensinar inglês com ênfase na cultura brasileira. Além disso, Leffa nos dá dicas de como ensinar uma língua multinacional.
Ao analisar os métodos de ensino de língua inglesa defendido por Leffa, discordo, e muito, de algumas das suas ideias. Defendo a ideia de que ao aprendermos uma língua, esta não deve ser ensinada apenas para a prática da leitura, devemos aprender as quatro habilidades (ler, ouvir, falar e escrever). Quanto a suposição de que devemos usar uma língua estrangeira apenas para objetivos específicos, sou contra, pois no aprendizado de uma língua estrangeira, quanto mais a praticarmos, mais rápido a dominamos.
Assim, a leitura deste artigo do professor e pesquisador Leffa torna-se essencialmente importante, tanto para alunos, com o objetivo de avaliação da formação que estão tendo dentro da universidade e que iremos repassar para nossos futuros alunos, quanto para os professores,  para não serem mumificados ou petrificados com o passar do tempo.











LEFFA, Vilson J. Se mudo o mundo muda: o ensino de línguas sob a perspectiva do emergentismo. In: Calidoscópio. Unisinos, 2009. p. 24-29.

According to Leffa, emergent systems are all around us and they can be, for instance, climate and the traffic system, however, in language teaching, to work with an emergent system is to work with language as a system in constant evolution that is composed by interactive parts. The classroom is not an isolated place and students are not uninfluenced beings. So, it is totally different from the traditional approach given to language as something simple and static.
Following the emergent approach the teacher will get better results and less extra work. Although working with this concept is much more challenging and will demand a more flexible and interactive attitude from teachers, the results will be much more satisfactory and students will understand that a foreign language is not something impossible to be understood or learnt.
Leffa also explains that Psycholinguistics is part of an emergent system, in other words, Psycholinguistics studies are extremely helpful to understand the process of language acquisition and also to comprehend how our brains work when they are receiving new information.
As it was mentioned before, it is a challenge to work with such approach but, at the same time it, is the guarantee of unexpected results.


LEFFA, V. J. Aspectos políticos da formação do professor de línguas estrangeiras. In: LEFFA, Vilson J. (Org.). O professor de línguas estrangeiras; construindo a profissão. Pelotas, 2001,   v. 1, p. 333-355.

In this text, Leffa discusses the role of foreign language teachers as professionals that are able to touch students on their essence, in other words, a language teacher can change our opinions, can bring us a different world view and make us reflect about many different social situations as well.
Another aspect discussed by Leffa is the required conditions to have such a professional, many things are involved and the most relevant on is “to rule the knowledge” concerning language and teaching approaches.
Leffa clearly states the difference between “treinamento” and “formação”. Two words easily mixed but they have huge practical differences. To train a teacher is to show him/her how to use a certain material without making inferences just applying what is on each page according to a determined timetable. One “treinamento” has an end while “formação” hasn’t. “Formação” involves constant update, dedication and search for better ways of applying theories to our daily practice.
And our practice involves political choices and these choices will affect our students so, a teacher needs to be able to make their students think about each choice made, not based on superficial arguments but looking for reflection, critical thinking to promote the growing of more committed social beings in the future.