domingo, 6 de maio de 2012

resenha 2 - alessandra moraes


Resenha 2
Aspectos políticos da formação do professor de línguas estrangeiras

Por Alessandra Moraes
LEFFA, V. J. Aspectos políticos da formação do professor de línguas estrangeiras. In: LEFFA, Vilson J. (Org.). O professor de línguas estrangeiras; construindo a profissão. Pelotas, 2001, v. 1, p. 333-355.

No texto “Aspectos políticos da formação do professor de línguas estrangeiras”, escrito por Vilson J. Leffa, o autor pretende discutir sobre a formação do professor de línguas estrangeiras, partindo de questões políticas que influenciam no perfil desejado de professor reflexivo, crítico e comprometido com a educação. Tendo em vista que este lida com duas características exclusivas do ser humano: a capacidade da fala e a capacidade de evolução.
O autor esclarece que há diferenças entre treinamento e formação de professores, sendo que o primeiro se dá pela necessidade de treinar em curto prazo o professor para que utilize um determinado material didático, geralmente ocorre em cursos de idiomas, então é oferecido um curso com início, meio e fim sem se aprofundar em questões teóricas, no entanto a formação, ofertada por instituições públicas ou privadas de ensino superior,  é um processo contínuo que busca a reflexão e o motivo por que uma ação é feita da maneira que é feita aprofundando-se em questões teóricas. O professor que é treinado fará um novo curso para dar conta do novo material que será utilizado, porém o professor formado deve estar em constante atualização.
Ao fazer uma retrospectiva sobre a política, o autor coloca que ela se deu com o surgimento da cidade devido à convivência entre os homens. No início, ela era totalmente participativa e as pessoas interessadas se reuniam para formular as regras que orientavam as normas de convivência a serem seguidas e, com o tempo, o crescimento das cidades e a complexidade das relações entre as pessoas surgia a representação, onde as pessoas escolhiam alguém para defender seus direitos, tal como temos hoje a democracia. Concordo com o autor quando ele coloca que com o avanço das tecnologias é possível que voltemos à cidadania participativa, mas, acredito que isso está longe de acontecer ,pois, os meios de comunicação estão sendo utilizados pela maioria apenas para entretenimento e interesses individuais ao invés de buscar conhecimento para conseguir participar efetivamente  da política, tendo consciência dos problemas de interesse coletivo e buscando soluções. Essa consciência por parte das pessoas algumas vezes encontra como empecilho o tempo, ou melhor,  a falta dele para exercer a política que inclui a reflexão e ação.
 A LDB( Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) regulamenta questões sobre a formação dos professores e segundo Leffa é bem aceita entre os pesquisadores, sem encontrar críticas à legislação o que encontrou foram críticas à implementação da lei pois o conceito de qualidade do ensino não está condizendo com os elogios à lei. É nesse ponto em que os professores devem se mobilizar, pois através das associações podem dar continuidade à sua formação uma vez que elas promovem a interação entre seus associados pela troca de experiências em eventos e ainda podem contribuir para projetos políticos na área da educação junto às autoridades educacionais.
As questões da multinacionalidade podem também afetar a formação do professor de línguas, como no caso do inglês que é uma língua multinacional, pois como é falada mundialmente por mais falantes não-nativos do que nativos tornou-se sem identidade, não está atrelada à uma única cultura. Isso, acredito pode trazer o aspecto positivo de que possibilita o desenvolvimento da  consciência crítica do aluno e a integração no mundo. O professor deve ter consciência e destacar estes aspectos de língua estrangeira multinacional, além dos aspectos não tão positivos seriam a motivação instrumental e obrigatoriedade da aprendizagem pelo mercado de trabalho. Pude perceber em meu estágio de observação que entre outros fatores esses dois últimos aspectos citados contribuem para uma falha no processo ensino-aprendizagem dos alunos de sexta série  que observo, pois através de um questionário constatei que eles ( na maioria)querem aprender inglês porque é “importante para o futuro”, “ para conseguir um emprego” e serve para “viajar e conhecer vários lugares”.
Para que o ensino de uma língua multinacional provoque uma aprendizagem efetiva e o professor cumpra o seu perfil  o autor argumenta que é preciso de um novo paradigma de ensino de línguas,  portanto é necessário mudar as prioridades no ensino da língua estrangeira, tendo o inglês como exemplo, ele sugere: ensinar a variedade local da língua multinacional, ensinar a língua multinacional para produção e para objetivos específicos. Conclui-se , portanto que a formação do professor é algo complexo na qual envolve o domínio de diferentes áreas do conhecimento, aspectos acadêmicos e políticos e não termina na graduação. Toda essa discussão contribui muito para que os professores sempre em formação reflitam sobre o seu papel formador na sociedade e não fuja do perfil desejado de ser reflexivo, crítico e comprometido com a educação levando o conhecimento aliado ao pensamento crítico para os alunos.

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