domingo, 6 de maio de 2012

Resenha 1 - João Pedro

Resenha do artigo "Se mudo o mundo muda: ensino de línguas sob a perspectiva do emergentismo", de Vilson J. Leffa
Por: João Pedro Wizniewsky Amaral


O breve artigo de 5 páginas "Se mudo o mundo muda: ensino de línguas sob a perspectiva do emergentismo" foi escrito pelo professor adjunto da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) Vilson José Leffa para a revista Caleidoscópio, em 2007. Nesse trabalho, Leffa, que é PhD em Linguística Aplicada, aborda o ensino de Língua Estrangeira como um sistema complexo e emergente, e de que modo o entendimento deste conceito pode auxiliar o trabalho do professor em seu ofício.



Para introduzir essa ideia, Leffa primeiramente traz os conceitos de sistemas complexos e sistemas emergentes detalhadamente. O sistema complexo é aquele que todas as variantes e participantes interagem-se (e não somam-se) umas com as outras. No caso deste arigo, o sistema complexo em evidência é o ensino de Língua Estrangeira, com seus participantes (professores e alunos) e variantes (materiais didáticos, espaço físico, lousa, etc.) Ainda, o sistema complexo possui uma capacidade de transpor não só as fronteiras do próprio sistema, no sentido horizontal, mas também de alcançar os sistemas que habitam em outras camadas, no sentido vertical". Após discorrer sobre os sistemas complexos, o autor agrega a qualidade de emergentismo a eles. Isso quer dizer um sistema que está surgindo, mas não surge do nada. O emergentismo é a evolução de um outro sistema.
Outro conceito chave do presente artigo é o ato de mudar. Toda a explicação de sistemas e reformas no ensino de LE tem como motivo a mudança. O aluno deve ser tocado pelo professor, o que pode acontecer em diversas áreas, como Música, Literatura ou problemas cotidianos. Quando houver esse toque, o aluno passará por uma mudança, que acarretará um efeito cachoeira, e, consequentemente, a sociedade irá melhorar. Mas para que tudo isso ocorra, na sociade atual, é necessário um tipo maior de mudança no próprio sistema. Uma alterção metodológica, simbólica, didática, sociológica em todo o sistema. E o principal personagem dessa transformação é o professor, tanto como objeto de mudança como difusor delas. Complementando essa ideia, a contextualização do ensino de LE é trazida, junto com algumas preocupações e novas exigências que a sociedade atual traz à essa problemática. O autor defende que o professor também deve sofrer uma mudança, e estar atento ao contexto em que está inserido. Assim, o professor terá mais chances de alcançar os alunos para ser efetivo nos seus deveres.
Mas não obstante os bons artifícios que o autor utilizaa para explicar os conceitos apresentados no artigo, como analogias e comparações, tornam-se também um ponto fraco nesse trabalho. As analogias em demasia (clima, trânsito, relógio, formigueiro...) reduz a consistência argumentativa do texto. Parece que o argumento mais forte usado pelo autor para apresentar o que é um sistema complexo é a própria figura de linguagem. Faltaram conceitos de substância.
Leffa também foi vago ao falar das implicações pragmáticas do emergentismo de ser professor. O autor diz que o sonho do professor " produzir a faísca que faz o aluno explodir, usando sua própria energia", mas não há soluções nem sugestões de como pode-se usar esse sistema complexo de uma melhor forma. O artigo diz o que é preciso fazer, mas não como se faz.
Contudo, apesar dessas críticas, o texto é leve e de fácil entendimento. Uma leitura introdutória recomendada para alunos de licenciatura em Língua Inglesa.

Referência
LEFFA, Vilson J. Se mudo o mundo muda: o ensino de línguas sob a perspectiva do emergentismo. In: Calidoscópio. Unisinos, 2009. pp 24-29.

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