domingo, 6 de maio de 2012


LEFFA, V. J. Aspectos políticos da formação do professor de línguas estrangeiras. In: LEFFA, Vilson J. (Org.).O professor de línguas estrangeiras; construindo a profissão. Pelotas, 2001, v. 1, p. 333-355.

Aspectos políticos da formação do professor de línguas estrangeiras.

Em seu artigo denominado Aspectos políticos da formação do professor de línguas estrangeiras o professor e pesquisador Vilson J. Leffa nos apresenta algumas questões relacionadas aos fatores que determinam o perfil do profissional encarregado de ensinar uma língua estrangeira. Dividindo seu trabalho em cinco seções, ele faz uma análise desde a formação do professor até a prática de ensino da língua.
O que se espera durante a formação de professores de língua estrangeira é um profissional que construa um pensamento reflexivo, crítico e comprometido a ensinar. No entanto, durante a sua formação, além das características recém citadas, espera-se um profissional que saiba lidar com diferentes áreas de conhecimento, que possua conhecimento das práticas pedagógicas que ele venha a ensinar em sala de aula e por fim, mas não menos importante, o domínio da língua estrangeira.
Além das características acima citadas, o perfil do professor de línguas vem a ser afetado por três importantes fatores: primeiramente por suas ações tomadas fora do ambiente acadêmico e que de alguma forma vá afetar o seu trabalho; seguido das leis de diretrizes governamentais que vem a apresentar as regras ou orientações que devem ser seguidas pela escola/professores e por fim, a sua participação em associações de professores.
Na seção que Leffa denomina O grande Desafio, um problema vem à tona quanto à preparação do profissional de língua estrangeira: o treinamento em oposição à formação. Parafraseando Leffa, entende-se por treinamento a tarefa de produzir resultados imediatos, dominar e reproduzir mecanicamente determinado conhecimento tendo, portanto, um começo, um meio e um fim.
Já a formação exige um nível de complexidade mais elevado quando comparado com o treinamento. De acordo com o autor, a formação preocupa-se com os motivos pelos quais uma ação/atividade é elaborada da maneira que é além de ser classificada como uma atividade contínua.
Ao problematizar que os conteúdos que o futuro professore de hoje está recebendo atualmente um conteúdo de valor temporário (conhecimento) e que este um dia terá sua validade vencida, tal conselho serve, e muito, para a maioria dos professores universitários, que vem utilizando os mesmos materiais, as mesmas abordagens e métodos do século passado! Um exemplo de professor seria aquele que está sempre atualizado (não somente com doutorado, pós-doutorado, etc.), mas que saiba que as gerações mudam com o passar dos anos.
Na seção Representação e Participação, podemos inferir que o autor nos dá a ideia de que não somos isolados do mundo e que precisamos trabalhar em equipe, pois “viver, portanto, é conviver” (LEFFA, 2008, p. 5). Entretanto, ainda há uma tradição liberal que afirma que “o ser humano estaria mais interessado na proteção de seus interesses individuais do que no bem da coletividade” (LEFFA, 2008, p. 6)
Em A legislação Vigente, seção que Leffa se dedica à análise da política lingüística, uma leitura é feita abre a LDB, onde são apontados seus aspectos tanto positivos, quanto negativos. Quanto aos positivos, há a presença da comunidade nas decisões escolares, o ensino de línguas estrangeiras visto como obrigatório, entre outros.
Quanto aos negativos, alerta é dado ao argumentar que as universidades não tem sido capazes de formar a quantidade necessária de professores que a comunidade necessita. Além disso, uma das grandes decepções dos alunos de Letras também é exposto: “achar que o profissional de letras possa ser formado nos bancos da universidade é uma ilusão” (LEFFA, 2008, p.8).
Ao abordar o papel das associações de professores, fica clara a intenção do autor de manter o professor que sai da universidade continuar seu processo de formação profissional, agora, sobre a forma de um intercâmbio de informações entre professores, como também influenciá-lo a participar de eventos. O que não deve ocorrer é uma “museificação” de um profissional que tem o objetivo de transmitir o conhecimento a atual e futura geração.
Talvez a seção que mais venha a interessar para quem ainda está na universidade, em questões de multinacionalidade, a grande questão de estudar uma língua por amor ou obrigação é posta em evidência. Ao problematizar que o inglês não apresenta apenas uma cultura (a americana ou inglesa), ele nos incentiva a ensinar aos nossos alunos, inglês-brasileiro, ou seja, ensinar inglês com ênfase na cultura brasileira. Além disso, Leffa nos dá dicas de como ensinar uma língua multinacional.
Ao analisar os métodos de ensino de língua inglesa defendido por Leffa, discordo, e muito, de algumas das suas ideias. Defendo a ideia de que ao aprendermos uma língua, esta não deve ser ensinada apenas para a prática da leitura, devemos aprender as quatro habilidades (ler, ouvir, falar e escrever). Quanto a suposição de que devemos usar uma língua estrangeira apenas para objetivos específicos, sou contra, pois no aprendizado de uma língua estrangeira, quanto mais a praticarmos, mais rápido a dominamos.
Assim, a leitura deste artigo do professor e pesquisador Leffa torna-se essencialmente importante, tanto para alunos, com o objetivo de avaliação da formação que estão tendo dentro da universidade e que iremos repassar para nossos futuros alunos, quanto para os professores,  para não serem mumificados ou petrificados com o passar do tempo.










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