Em seu texto “Aspectos políticos da formação do professor de línguas estrangeiras”, Vilson Leffa debate o papel do professor em sala de aula, ou seja, reflete sobre o poder que o professor tem de tocar a essência do aluno, levando-o a evoluir como profissional e como pessoa. Segundo o autor, duas das principais características humanas são a capacidade de falar e a capacidade de evoluir, e um bom professor deve estar atento a essas habilidades, sendo um profissional reflexivo, crítico e comprometido com a educação, com competência na língua a ser ensinada e na área de didática.
Esses aspectos, elucidados por Leffa na parte introdutória do artigo, são de grande importância para a prática escolar e formam uma base fundamental para toda e qualquer atividade que venha a ser desenvolvida. É possível que, caso os profissionais da educação estivessem mais atentos a essas questões, muitos problemas estruturais na qualidade da educação brasileira poderiam ser resolvidos ou, pelo menos, minimizados.
O autor também enfatiza a diferença entre treinamento e formação: o primeiro é utilizado para fins de execução de tarefas de uma maneira muito mais mecanizada, já formação implica reflexão, crítica e associação de teoria e prática. Para Leffa, um professor plenamente preparado para lidar com os desafios da sala de aula precisa ter uma preparação eficiente e contínua, abrangendo teoria, prática e reflexão. Esse ponto é essencial não só para nós, futuros educadores, mas também para professores já em exercício, que muitas vezes deixam de rever suas práticas por uma lacuna no conhecimento teórico e, consequentemente, deixando de lado a reflexão e a busca por inovação no contexto escolar.
Do ponto de vista de Leffa, é importante entender que nenhum indivíduo se completa sozinho e que é preciso uma rede de colaboração e interação para que as tarefas do dia-a-dia possam ser realizadas com eficiência. Da convivência humana, segundo o autor, surgiu a necessidade de estabelecer regras, direitos e obrigações para que a sociedade crescesse de maneira organizada, surgindo, assim, a política. No campo da educação, há leis e órgãos que regulamentam e orientam a prática dos professores, que, no entanto, nem sempre são levadas em consideração por uma série de fatores.
Concordo fortemente com o autor quando ele expõe que a solução não seria mudar essas leis e partir de um estágio inicial novamente, mas estabelecer no ambiente escolar formas que possibilitem a aplicação das mesmas.
Vilson Leffa aponta, na questão da multinacionalidade da língua inglesa, para os motivos pelos quais a maioria dos alunos parecem inclinados a escolhê-la como língua estrangeira na escola. Dentre essas razões, destacam-se a motivação instrumental, a popularidade da língua, não há restrições de barreiras geográficas, etc. Em minha opinião, todas as razões mencionadas pelo autor são de grande importância, porém a internet, a qual a maioria dos alunos tem acesso, também se tornou um fator que faz com que os alunos busquem a língua inglesa, por terem maior contato com sites e informações transmitidas em inglês.
Por fim, o autor afirma que o professor tem de estar atento a três aspectos do ensino de línguas multinacionais, como o inglês: a variedade local da língua, a língua multinacional para produção e para objetivos específicos. O primeiro tem a ver com as diferentes culturas que estão inseridas dentro do uso de uma língua, dependendo da região, do contexto, etc. Ensinar a produção de uma língua quer dizer as quatro habilidades, inclusive falar e escrever, e ensinar a língua para objetivos específicos significa ensinar dentro de situações que o aluno poderá encontrar em sua vida, dependendo de suas necessidades.
Acredito que é fundamental considerar estes três aspectos na preparação de aulas, elaboração de materiais e durante as aulas para que os alunos possam entender o propósito de aprender uma língua estrangeira. Dessa forma, o professor aproxima o aluno do uso da língua, assim como da cultura que está por detrás desse uso, a fim de que os alunos tenham um conhecimento menos superficial e consigam estabelecer relações com o mundo real.
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