LEFFA, Vilson J. Se mudo o
mundo muda: o ensino de línguas sob a perspectiva do emergentismo. In: Calidoscópio. Unisinos, 2009.
pp 24-29.
Introduzindo, o autor demonstra
que há vários sistemas de aprendizagem que podem ser utilizados, de diferentes
perspectivas. Isto mostra como a relação ensino-aprendizagem deve ser trabalhada
de modo inovador, com ideias diferentes; não utilizando sempre o mesmo sistema,
de modo com que os alunos consigam se manter mais focados nas matérias
estudadas.
O texto fala, em geral,
sobre sistemas complexos e sobre o emergentismo. Primeiramente, o autor corrige
o fato de a aprendizagem de uma língua estrangeira ser considerada um sistema
complexo, deve ser um sistema simples considerando-se só os subsistemas da
língua. Mas, se abrirmos as barreiras e misturarmos outros subsistemas como
psicologia, sociologia, etc. podemos ter um sistema complexo e amplo.
Em uma passagem do texto, o
autor exemplifica esta mistura de fatores: (página 25) “No caso do clima, por
exemplo, a propriedade do ar em ficar mais leve quando aquecido vai gerar um deslocamento
de uma região para outra, provocando ventos de intensidades diferentes. O mesmo
ar, ao resfriar, terá sua umidade relativa aumentada, gerando nuvens e provocando
chuvas. A simples mudança de temperatura, para mais ou para menos, vai acarretar
dias de sol ou de chuva, afetar o nível dos rios, a cor da vegetação, a
colheita do lavrador e até o humor das pessoas. Se o calor reduz nossa pressão
arterial e nos deixa abatidos, o ar fresco da manhã pode revigorar nosso ânimo
e nos dar energia. Uma estiagem longa pode provocar a perda das colheitas e
trazer fome e miséria para uma região, que podem levar ao êxodo rural, ao
favelamento e à violência urbana.” Como podemos ver, neste caso, o clima não
muda apenas o caso da vegetação, como pode influir também na violência, o que
pode gerar mais assaltos e mortes.
Este tipo de sistema
complexo exemplificado acima com a passagem do texto pode ser considerado um
efeito emergente (efeito cascata). Como observamos algum acontecimento acaba
gerando certa conseqüência que leva a outra e assim continua.
Sendo assim, o aprendizado
de uma língua estrangeiram é novamente considerado um sistema complexo pelo
autor, e é também emergente. Como está na página 26: “O interesse pelos
sistemas emergentes e pela complexidade em relação ao ensino de línguas deve-se
a duas razões: a primeira é que a aprendizagem de uma língua estrangeira é um
fenômeno complexo; a segunda, decorrente da primeira, é que os enfoques
reducionistas têm sido notoriamente incapazes de contribuir para explicar esse
fenômeno.”
O texto também informa que o
professor deve se atualizar com as tecnologias, pois a sociedade convive com
elas e podem tornar as aulas melhores. Este ensino complexo traz algumas
exigências, tais como: nem sempre o professor pode ter certeza de que o aluno
entendeu da forma que ele quis explicar, o professor pode estar falando algo,
mas o aluno entende de outra maneira; isto pode gerar incertezas. Mas de outra
forma, também traz vantagens, este sistema é muito aberto e fácil de ser
modificado.
Desta maneira, considerando
a aprendizagem de línguas com envolvimento com fatores de outras áreas é um
sistema complexo que: (de acordo com o texto na página 26) “Envolve obviamente
pessoas (professor e alunos), interagindo entre si através de objetos culturais
consagrados pela tradição escolar (lousa, livros, cartazes), com divisão de responsabilidades
(em que basicamente o professor deve criar as condições de aprendizagem e o
aluno deve esforçar-se em usá-las para aprender a língua) e com normas de
conduta (o regimento escolar, a LDB, os Parâmetros Curriculares Nacionais).
Ainda que algumas dessas normas não sejam criadas pelo grupo e, em sua origem,
estejam distantes da sala de aula (a LBD, por exemplo, originalmente aprovada pelo
Congresso Nacional), seu impacto se faz presente na interação entre alunos e
professores.” Logo após esta passagem o autor menciona que a sala de aula não
deve ser limite para a aprendizagem, o professor deve buscar novas e as
melhores maneiras de ensino, visando usar fatores do mundo externo (não se
fechando apenas para a sala de aula).
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