terça-feira, 1 de maio de 2012

Resenha - Barbara Krabbe


LEFFA, Vilson J. Se mudo o mundo muda: o ensino de línguas sob a perspectiva do emergentismo. In: Calidoscópio. Unisinos, 2009. pp 24-29. 

Introduzindo, o autor demonstra que há vários sistemas de aprendizagem que podem ser utilizados, de diferentes perspectivas. Isto mostra como a relação ensino-aprendizagem deve ser trabalhada de modo inovador, com ideias diferentes; não utilizando sempre o mesmo sistema, de modo com que os alunos consigam se manter mais focados nas matérias estudadas.
O texto fala, em geral, sobre sistemas complexos e sobre o emergentismo. Primeiramente, o autor corrige o fato de a aprendizagem de uma língua estrangeira ser considerada um sistema complexo, deve ser um sistema simples considerando-se só os subsistemas da língua. Mas, se abrirmos as barreiras e misturarmos outros subsistemas como psicologia, sociologia, etc. podemos ter um sistema complexo e amplo.
Em uma passagem do texto, o autor exemplifica esta mistura de fatores: (página 25) “No caso do clima, por exemplo, a propriedade do ar em ficar mais leve quando aquecido vai gerar um deslocamento de uma região para outra, provocando ventos de intensidades diferentes. O mesmo ar, ao resfriar, terá sua umidade relativa aumentada, gerando nuvens e provocando chuvas. A simples mudança de temperatura, para mais ou para menos, vai acarretar dias de sol ou de chuva, afetar o nível dos rios, a cor da vegetação, a colheita do lavrador e até o humor das pessoas. Se o calor reduz nossa pressão arterial e nos deixa abatidos, o ar fresco da manhã pode revigorar nosso ânimo e nos dar energia. Uma estiagem longa pode provocar a perda das colheitas e trazer fome e miséria para uma região, que podem levar ao êxodo rural, ao favelamento e à violência urbana.” Como podemos ver, neste caso, o clima não muda apenas o caso da vegetação, como pode influir também na violência, o que pode gerar mais assaltos e mortes.
Este tipo de sistema complexo exemplificado acima com a passagem do texto pode ser considerado um efeito emergente (efeito cascata). Como observamos algum acontecimento acaba gerando certa conseqüência que leva a outra e assim continua.
Sendo assim, o aprendizado de uma língua estrangeiram é novamente considerado um sistema complexo pelo autor, e é também emergente. Como está na página 26: “O interesse pelos sistemas emergentes e pela complexidade em relação ao ensino de línguas deve-se a duas razões: a primeira é que a aprendizagem de uma língua estrangeira é um fenômeno complexo; a segunda, decorrente da primeira, é que os enfoques reducionistas têm sido notoriamente incapazes de contribuir para explicar esse fenômeno.”
O texto também informa que o professor deve se atualizar com as tecnologias, pois a sociedade convive com elas e podem tornar as aulas melhores. Este ensino complexo traz algumas exigências, tais como: nem sempre o professor pode ter certeza de que o aluno entendeu da forma que ele quis explicar, o professor pode estar falando algo, mas o aluno entende de outra maneira; isto pode gerar incertezas. Mas de outra forma, também traz vantagens, este sistema é muito aberto e fácil de ser modificado.
Desta maneira, considerando a aprendizagem de línguas com envolvimento com fatores de outras áreas é um sistema complexo que: (de acordo com o texto na página 26) “Envolve obviamente pessoas (professor e alunos), interagindo entre si através de objetos culturais consagrados pela tradição escolar (lousa, livros, cartazes), com divisão de responsabilidades (em que basicamente o professor deve criar as condições de aprendizagem e o aluno deve esforçar-se em usá-las para aprender a língua) e com normas de conduta (o regimento escolar, a LDB, os Parâmetros Curriculares Nacionais). Ainda que algumas dessas normas não sejam criadas pelo grupo e, em sua origem, estejam distantes da sala de aula (a LBD, por exemplo, originalmente aprovada pelo Congresso Nacional), seu impacto se faz presente na interação entre alunos e professores.” Logo após esta passagem o autor menciona que a sala de aula não deve ser limite para a aprendizagem, o professor deve buscar novas e as melhores maneiras de ensino, visando usar fatores do mundo externo (não se fechando apenas para a sala de aula).

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